terça-feira, 16 de junho de 2015

Contradição

Eu fico indignado com o quanto as pessoas são estranhas. Vivem reclamando, cheias de problemas(muitos deles criados por elas próprias), e correndo atrás de alguma solução, mesmo que impossível. Fazem de tudo pra conseguir encontrar, mesmo que no fundo ela sabe que isso não pode acontecer. E isso, de um modo ou de outro, cria mais problemas, se tornando um ciclo vicioso. 
Não foram uma ou duas, mas em várias ocasiões, pessoas mais distintas vieram me pedir ajuda para alguma situação; pedir um 'conselho'. A maioria das vezes era sobre a vida social ou amorosa da pessoa. 
Como disse Renato Russo, "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão. Cada um de nós imerso em sua própria arrogância, esperando por um pouco de afeição". E eu concordo: As pessoas estão a cada dia mais egoístas, a cada vez menos se importando com os outros, fazendo de tudo pra alimentar seu ego.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A Alegoria da Caverna

"Sócrates: Agora imagine a nossa natureza, segundo o grau de educação que ela recebeu ou não, de acordo com o quadro que vou fazer. Imagine, pois, homens que vivem em uma morada subterrânea em forma de caverna. A entrada se abre para a luz em toda a largura da fachada. Os homens estão no interior desde a infância, acorrentados pelas pernas e pelo pescoço, de modo que não podem mudar de lugar nem voltar a cabeça para ver algo que não esteja diante deles. A luz lhes vem de um fogo que queima por trás deles, ao longe, no alto. Entre os prisioneiros e o fogo, há um caminho que sobe. Imagine que esse caminho é cortado por um pequeno muro, semelhante ao tapume que os exibidores de marionetes dispõem entre eles e o público, acima do qual manobram as marionetes e apresentam o espetáculo.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A Grande Aventura [PARTE 9]

    Após muitas horas conversando na taberna, Skyrom se dirige ao taberneiro para pagar toda a conta, e também alugar quartos para que todos passem a noite. – Sairemos de manhã cedo, senhor. Então, que fiquem pagas todas as contas. E também fique com isso. – disse o paladino, entregando um dinheiro a mais para o taberneiro – Tu és um bom homem, nada melhor do que uma pequena gorjeta.

    Durante a madrugada, todos revezavam a vigia, para a garantia da segurança. Hirohito era o que mais resmungava durante seu turno, muitas vezes acordando um ou outro. A vez de Skyrom terminou quando ele planejara que todos acordassem. Chamou aos outros, mas eles continuaram a dormir, pois se recolheram já na madrugada. Apenas quando o sol já estava batendo em seus rostos, todos lembraram que tinham que ter acordado cedo. Juntaram suas coisas e desceram as escadas apressados e desajeitados aos olhos do taberneiro, que tentava esconder o riso.

    Quando saíram da taberna, perceberam que a cidade havia acordado antes deles. Os comércios já estavam todos abertos, e a feira estava quase tão cheia quanto no dia anterior. Enquanto caminhavam em direção ao castelo, reparavam na serenidade de Sambúrdia. Eram poucas as coisas que quebravam o clima pacato da cidade, como um ladrão de maçãs que havia sido pego pelos guardas. “Me ajudem, eu não estava tentando roubar aquela maçã!” Gritava ele, desajeitado, sendo carregado pelos braços por dois guardas. Liliel corre em direção a eles, aparentemente para ajudar o ladrão atrapalhado, deixando todos com uma grande interrogação no rosto.

A Grande Aventura [PARTE 8]

Após explicar a situação para Armithayl e os outros, o grupo decide ir para uma estalagem, pois estava escurecendo. Ao chegar, sentam-se numa grande mesa onde cabiam todos quase confortavelmente. Havia pouca gente na taberna: o taberneiro, é claro, que despreocupado e pensativo lavava uma caneca; dois elfos(aparentemente bêbados) sentados à mesa em uma das janelas conversando sobre todo o alvoroço no começo do dia; e um homem que roncava, com a cabeça caída por cima da mesa. Havia também uma caixa escrito “Vende-se” em um vermelho forte, com um pouco de feno dentro, e alguns filhotes de cachorro dormindo com o silencio do local. Liliel responsabiliza-se por ir até o balcão fazer os pedidos, enquanto todos conversavam.

–  Fim de tarde agitado esse, não? – Disse ela ao taberneiro, que desvia a atenção pra ela.
– Está brincando comigo, não é? – O taberneiro riu. – Diga qual é o seu pedido, mocinha.

Liliel começa – Eu quero dois canecos grandes de cerveja vermelha para o anão, uma dose de aguardente para o jovem de cabelos brancos, um copo de água para o de armadura(referia-se a Skyrom), e duas taças de seu melhor vinho: um para mim, e o outra para a elfa com a capa verde-escuro. O bardo e aquele bonitão de capuz não vão querer nada por hora. Ah, e mais uma coisa: quanto custa um cachorrinho daqueles? Eu quero ficar com um! – terminou ela, apaixonada pelos filhotes.
– Custam cinquenta moedas de prata cada um, mas a bela moça pode levar por vinte e cinco. Pegue o seu e me pague tudo no final da noite. E deixe as bebidas comigo, eu levo na mesa para vocês, seja lá o que forem! – respondeu o taberneiro, imensamente satisfeito com a quantidade de pedidos.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A Grande Aventura [PARTE 7]

   "Estou vendo ele! Está no telhado da casa ao lado do estábulo!". O grupo o avista indo em direção à praça central, pelos telhados.

 – Rápido, desça próximo aos telhados e me deixe lá! Vou dar um jeito nesse maltrapilho! - diz o anão, que de alguma forma conseguiu acender um charuto em pleno voo.

    Liliel solta Buryür em uma altura favorável, fazendo-o cair em pé em cima da taberna, e logo lançando um virote no pé do bardo, o fazendo cair rolando no telhado. "Pode vim, cretino! Tem muito Buryür pra você hoje!" grita o anão, soltando altas gargalhadas, quase imperceptíveis pelo alvoroço da feira da praça central próximo dali.

    O bardo, que quase havia rolado telhado abaixo, se estabiliza e faz um desenho em uma chaminé, e de repente, três homens com capas e capuzes vermelhos surgem ao longe. Skuld solta Hirohito mais próximo ao bardo, que começa a fugir em direção aos três ninjas, que corriam para cima do anão.

 – Vocês não vão conseguir o que querem,o que quer que seja! Mexeram com o anão errado! – Mirando firmemente em um dos ninjas, Buryür atira e acerta a perna de um deles, que cai no chão, ficando para trás – Feiticeira, atinja o caído! – Então Liliel ouve o anão e lança bolas de fogo contra o ninja, que desaparece como fumaça.
 – Ei, você! Não corra de mim, poupe sua energia! Eu sou mais rápido! – disse Hirohito, alcançando o bardo e os outros ninjas. Saca sua espada e os golpeia em pontos vitais, transformando-os em fumaça como o outro, com exceção do bardo.
 – Insolente! Você realmente não aprende a lição, não é?! Não entre no meu caminho! – O bardo toca medonhas notas em seu alaúde, fazendo Hirohito cair no chão agonizando.


segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Pegadas na Areia

Esta noite eu tive um sonho.
Sonhei que caminhava pela praia, acompanhado do Senhor,
e que na tela da noite estavam sendo retratados os meus dias.
Olhei para trás e vi que cada dia que passava no filme da minha
vida, surgiam pegadas na areia, uma minha e outra do Senhor.
Assim continuamos andando, até que todos os meus dias se acabaram.
Então parei e olhei para trás. 
Reparei... 
Em certos lugares havia apenas uma pegada e esses lugares
coincidiam justamente com os dias mais difíceis da minha vida, 
os dias de maior angústia, de maior medo de maior dor...

Perguntei então ao Senhor:
"Senhor, tu me disseste que estarias comigo todos os dias da 
minha vida e eu aceitei viver contigo mas, por que tu me deixaste
nos piores dias de minha vida?"

E o Senhor respondeu:
"Meu filho eu te amo tanto...
Eu disse que estaria contigo por toda a tua caminhada e que não
te deixaria um minuto sequer, e não te deixei... 
Os dias que tu viste apenas uma pegada na areia, 
foram os dias que em meus braços te carreguei."

sábado, 24 de janeiro de 2015

Interior

    Nós existimos aos olhos dos outros: nossa identidade consiste na opinião dos outros: os olhos dos outros são o espelho, olhamos para a nossa face nos olhos dos outros. Este é o obstáculo, o problema — porque os outros não podem ver o seu ser interno. O seu ser interno não pode ser refletido em nenhum espelho, seja ele qual for. Apenas o seu exterior pode ser refletido; os reflexos são apenas do exterior, do físico. Mesmo que você fique diante de um espelho, apenas a sua parte física poderá ser refletida. Nenhum olho poderá refletir a sua parte interior. Então, os olhos dos outros refletem sua riqueza, suas façanhas no mundo, suas roupas; eles não podem refleti-lo. E quando você vê que os outros pensam que é pobre — isso significa que não tem boas roupas, uma boa casa, um bom carro, você começa a dirigir-se para essas coisas. Você acumula apenas para ver sua riqueza nos olhos dos outros. Então os olhos dos outros começam a refletir que você está enriquecendo cada vez mais, que está ganhando poder e prestígio. Sua identidade consiste em reflexos, mas os outros só podem refletir os objetos — não podem refleti-lo. Você passa o dia inteiro envolvido pelos outros. À noite, ao dormir, o mesmo acontece: ou você fica inconsciente, se o sono for profundo, ou fica novamente envolvido pelos outros nos sonhos. O problema é que você vive continuamente com os outros: nasce na sociedade e morre na sociedade — sua existência interior consiste no social. E sociedade significa olhos em toda a sua volta.